...doces lágrimas/palavras.
Decidira: procuraria de novo esse rancor, meu EGO em flor. Penetraria novamente na dor desse ardor, sem o qual eu já não sabia mais transcrever minhas angustias belas doces tristes amargas; doiam-me os dedos! preferia assim, esfolar novamente meu coração, a terminar em silêncio minhas páginas ardentes, calor em sucessão. Descobria assim: amava este estado *flor em deplorável agonia*. Era ele que preenchia minhas brancas linhas, traçava histórias, contava minha carne em seu desvelado jeito... fria, crua, monstro que deMONSTRO. Tentara novamente...
Com tão misteriosa beleza a via. Era nova, esguia, misteriosamente bela... Observava seus trejeitos, linhas, traços, esboços. Desenhava seu jeito em palavras mudas. Ouvia seu hábil ser, em palavras impressas, na imensidão das telas em branco... rasuras minhas em transição... Ao mesmo tempo que a via distante, procurava seu segredo. Já não dormitava só [enleios que me envolvem]...
Era frágil estúpida covarde... Sou inútil em conserva. Assim naveguei por noites em desespero. Silenciava seus olhos. Afogava seu peito. Enforcava suas carícias jamais proferidas. Entregava-lhe o beijo de mentira...
Denunciavam-me como detentor de sua ruina. Aquelas palavras por muito tempo iriam arranhar meus ouvidos, doer meus passos, calar meu peito. Deixara de denunciar em total palavra meu verdadeiro sentir. Camuflava em páginas em cristal meu pulso - apaixonado... *???- sentia um latejar diferente. Em momentos diferentes. Via então um novo rosto. Não compreendi o porque, também não saberia dizer se era bom ou ruim, se gostava ou odiava; sei somente que o via.
Qual cego em tiroteio bailava em silêncio. Não denunciava mais meu peito.Escondia meus olhos. Desviava com meu jeito; um medo invadia meu pensar, seguido por absurdo pesar... não conhecia aquele estranho enleio.
Encontreia [verdade que tão calculadamente, a ponto de não me fazer perceber]. Fui inocente. Sincero. Deixei-me envolver. Gostava, 'não evitava'. Contudo, 'evitava', não podia: enfrentaria o oráculo. Em pequenos e breves traços do dia eu a via. Procurei por sua mente, sua linguagem, por seu trabalho... Inventei histórias, procurava motivos, dançava devaneios, escrevia linhas, ou simplesmente precisava caminhar... Nada mais era do que para voltar a sentir esse estranho pulsar em meu peito, que dominava meu pensar, meu ser...
Encontrei-me então a rabiscar palavras sem receio. Decidira-me, confessaria sem temer, mas no entanto, sem mostrar. Era óbvio, como também dúbio. Medo de cair em poço findo: prefiro descer em brumas a estatelar meu peito em sólido nevoeiro. Na verdade, não decidira nada: quando dei por mim eu já estava em últimas estrofes. *podia-se dizer que apaixonado; pelo quê? como? não me pergunte... Também não sabia, mas não questionava, gostava, queria...
Sim, eu passei a procurar...
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